segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O LIVRO DIDÁTICO E O PROFESSOR - KAZUMI MUNAKATA


Criticar analise de livro didático que se limita ao seu aspecto ideológico, não significa não reconhecer a dimensão ideológica desse material escolar. Como afirma Gimero Sacristãn.
O livro didático é uma estrutura fundamental da educação escolar. Por trás do texto há uma seleção cultural que apresenta o conhecimento oficial, colaborando de forma decisiva na criação do saber. Assim o livro didático é um poderoso instrumento cultural de primeira ordem, ao lado dos meios de comunicação de base, constroem um consenso cultural, reafirmaram uma tradição, definem símbolos a representação do mundo e da sociedade, ou seja, não existe neutralidade, apenas ocultação de conflitos intelectuais, sociais e morais.
Os textos escolares são os mais importantes se não a única definição do currículo. Esse não é modificado, suas mudanças são pequenas e ineficazes, já que enfrentam resistência por parte dos pais e professores. Além disso, os professores são vistos como “beco sem saída”, suspeitos de não terem uma formação adequada, assim os programas de capacitação são considerados onerosos. Numa política formulada a partir da desconfiança em relação ao professor. O livro didático assume a centralidade, segundo Torres.
O professor não pode ser dependente do livro didático, já que a dependência do professor lhe reserva um papel de manipulador de textos e manuais, limitando sua formação e crescimento.
A seleção do livro didático é feita pelo governo, no Brasil o mercado editorial de livros didáticos passou a ser analisado depois da criação do PNLD. O livro didático passou a influenciar o trabalho pedagógico, definindo o currículo, cristalizando abordagens metodológicas e quadros conceituais, etc.
Para o livro didático deixar de ser a principal ou única referência da prática pedagógica e se tornar apenas um instrumento auxiliar, é preciso reverter à orientação metodológica e os interesses sociais e regionais.
Segundo Munakata, o livro didático precisa ser eficaz tanto ao professor quanto ao aluno.
Para Chartier, abordar a leitura é considerar conjuntamente a liberdade dos leitores, é o condicionamento que constituem estratégias, das quais os autores e fazedores de livros tentam impor uma ortodoxia, uma leitura forçada; e quanto mais protocolo de leitura conter um livro, mais se reduz a possibilidade de escapar à ortodoxia.


Keila Sandra Filgueira
Universidade Federal de Goiás
Curso de História (Licenciatura)




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MUNAKATA, Kazumi, O Livro Didático e o Professor: Entre a Ordoxia e a Apropriação. In: Monteiro, Ana Maria et.al. (org).
Ensino de História: sujeitos, saberes e práticas. S/ed. Rio de Janeiro: FAPERI/Manad 2007.

Nenhum comentário:

Postar um comentário