segunda-feira, 28 de novembro de 2011

NOVAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO

A globalização se tornou um fenômeno mundial, afetando a economia e várias culturas diferenciadas, com transformações econômicas, sociais, culturais e políticas no âmbito da educação e cidadania.
O surgimento de novas tecnologias tem afetado toda a sociedade; abordaremos a inserção das tecnologias na Educação, bem como a forma que se dá a informação e a comunicação e suas potencialidades no âmbito da educação escolar.
Conforme Guimarães (2007), com o surgimento da Informática, na década de 90, houve uma possibilidade maior com a comunicação através da Internet, que também se tornou fonte de informação. Antes a educação era preparar o indivíduo para o mercado de trabalho; aqueles que possuíam maior capacidade eram selecionados, pois realizariam trabalhos mais complexos e não estariam sujeitos a fracassos. O interesse de capacitar o indivíduo para o mercado de trabalho, mão-de-obra, visa o modo de produção capitalista – o lucro, valor econômico, expansão, concorrência etc..., quanto mais produção, mais mão-de-obra e conseqüentemente o consumismo.
O crescimento tecnológico e a sua inserção na sociedade visam expandir nas informações e na comunicação, bem como na interação de indivíduos entre si, provocando profundas mudanças em todas as dimensões da vida contemporânea. Assim pode-se afirmar, de acordo com a autora, que “desde o surgimento da máquina a vapor, da eletricidade, do telefone, do carro, do avião, da televisão, do computador e, atualmente, das redes eletrônicas, vêm ocorrendo uma extraordinária expansão do capitalismo e do fortalecimento do modelo social urbano”.[1]
Um exemplo que podemos citar de tecnologia de informação e comunicação é a Internet, que inicialmente foi concebida para o uso militar. Além de continuar a ser usada para fins do serviço militar, as redes também foram implantadas nas universidades, propiciando a criação de inúmeras formas de comunicação não previstas inicialmente. “Com a Internet, podemos nos comunicar-enviar e receber mensagens – podemos buscar informações, fazer propaganda, ganhar dinheiro, divertir-nos ou vagar curiosos, como voyers, pelo mundo virtual”.[2]
A crescente demanda da Internet chegou também às escolas; os laboratórios de informática se tornaram sala de aula, onde os alunos passaram à aprender manusear o computador e a acessar a internet. Existem outros tipos de acesso, sem ser nas escolas, para quem não tem em casa, o aluno pode recorrer a uma lan house. No inicio o acesso se tornou limitado, por conta da condição financeira, pois não era toda a sociedade que tinha acesso a internet; nos dias atuais isso se tornou comum e fácil.
Com o passar do tempo houve mudanças nas tecnologias da informação e comunicação que trouxeram modificações como a inter-relação dos indivíduos com o mundo: exemplos que podemos citar: telefone celular, fax, e-mails, mensagens instantâneas, etc... “O crescimento tecnológico das telecomunicações diminui o custo das chamadas, e falar para outro estado ou país tornou-se habitual. Com o surgimento do fax e, recentemente, com o correio eletrônico, enviar e receber mensagens e textos está acontecendo de forma instantânea e mais prazerosa” [3].
Todo esse crescimento tecnológico conseqüentemente atinge as salas de aula. Os trabalhos a serem feitos pelos alunos, são pesquisados na internet e são inúmeros sites que propiciam a informação ao aluno. Segundo a autora “[...] a idéia é de que, com a exploração dessa “estrada”, alunos, conectados de suas residências, possam fazer suas tarefas de casa ou trabalhos em grupos de forma interativa, e os professores possam atuar mais como mediadores do conhecimento [...]”[4].
A evolução das tecnologias traz para a educação novas formas de se comunicar e de informar e a sua expansão vai muito além do que se imagina. Portanto ao seguir essa tendência revolucionária tecnológica tem-se que se preocupar com o livre acesso aos sites, pois da mesma forma que traz informações pode trazer também complicações e constrangimentos. Nas palavras da autora Guimarães “ os benefícios do uso das redes eletrônicas estão diretamente relacionados às novas formas de aprendizado em que a interação, o acesso ilimitado às informações, que podem se transformar em conhecimento, a questão interdisciplinar e colaborativa somam-se na tentativa de redimensionar os modelos educacionais”[5].
Aos poucos o processo educativo tecnológico vai ganhando importância e qualidade, mas para que seja de fato de qualidade tem-se que investir primeiramente no treinamento dos educadores para que possam estar familiarizados com os recursos tecnológicos disponíveis nas escolas e pensar e recriar alguns métodos visando na formação de indivíduos capacitados.

“[...] A emergência paradoxal dos novos processos de produção e disseminação da informação e do conhecimento coloca como grande desafio à educação: a necessidade de repensar seus fundamentos e recriar métodos, isto é, aportes científicos fundamentais para a formação de indivíduos competentes, capacitados para lidar com as características históricas, sociais e políticas atuais [...]” [6]

Questionamos a possibilidade das instituições de ensino substituir o professor pelo computador e o uso da internet. Ainda é cedo para saber se isso irá concretizar em todas as instituições, no entanto com as novas tecnologias e a inserção da internet nessas instituições de ensino, está caminhando, no futuro não muito distante, para que aconteça essa substituição. Aos poucos o docente deixa a sala de aula (corpo presente) e passa a expor os conteúdos através de teleconferências, sendo que a transmissão de dados é feito através do computador e que pode se tornar interessantes com os recursos de animação, cores e sons que chamem a atenção do aluno.

“ a utilização do computador e da Internet no ensino vem decretar a substituição do professor-transmissor de conteúdos, parado no tempo, por um professor estrategista da aprendizagem, que precisa conhecer a psicologia e a ecologia cognitivas de seu tempo para poder criar estratégias de aprendizagem no ambiente do computador. Também destaca que a transmissão de dados no ensino passará a ser feita pelo computador de um modo muito mais interessante: com recursos de animação, cores e sons, em que o aluno terá papel ativo, com maior autonomia, buscando os temas nos quais deseja se aprofundar”[7]

Por mais que tudo indique que os professores serão substituídos pelo computador, mesmo assim “as tecnologias de comunicação não substituem o professor”[8], por outro lado com o auxílio do computador pode modificar algumas das suas funções como passar informações ao aluno através dos bancos de dados, livros, vídeos, programas em CD, podendo estimular a curiosidade do aluno através de pesquisas. É através dessas informações que o aluno preparará as suas atividades e apresentará ao professor; este por sua vez estará avaliando o seu aluno através dos dados apresentados, contextualizado os resultados que irá adapta-lo a realidade do aluno, questionando os dados apresentados (Guimarães, 2007) esse ainda continua sendo o papel do professor.
Para aqueles professores atentos, inquietos a novidade, a internet se torna um suporte indispensável, facilitando a sua atualização e comunicação. Por outro lado o professor achará que esse suporte se tornará complicado, pois há muitas informações para absorver, ainda há aqueles que achará aulas já prontas e apenas irá copiá-las e aplicá-las mecanicamente em sala de aula.
O docente deve sempre estar atento a novas tecnologias, e conseqüentemente estar sempre em formação, atualizando para que “os novos ritmos e dimensões  à tarefa de ensinar e aprender. É preciso que o educador esteja em permanente estado de aprendizagem e de adaptação ao novo [...]”.[9] 
Ana Cristina Silva Gomes Ferreira
Universidade Federal de Goiás
Curso de História (Licenciatura)













REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


GUIMARÃES, Jane Mary de Medeiros. Educação, globalização e educação a distância. Revista Lusófona de Educação, 2007, 9, 139-158.


[1]    GUIMARÃES, 2007, p. 146.
[2]    GUIMARÃES, 2007, p. 148.
[3]    GUIMARÃES, 2007, p. 148.
[4]    GUIMARÃES, 2007, p. 150.
[5]    GUIMARÃES, 2007, p. 150.
[6]    GUIMARÃES, 2007, p. 150 apud Brennand, 2002.
[7]    GUIMARÃES, 2007, p. 151 apud Ramal, 2002.
[8]    GUIMARÃES, 2007, p. 153.
[9]    GUIMARÃES, 2007, p. 155 apud Kenski, 2003.

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